Imagina uma prova que começa no dia 1º de janeiro embaixo da Torre Eiffel, em Paris, na França, e só acaba 20 dias depois às margens do Lago Rosa, em Dakar, no Senegal. No fim da década de 1970 e começo da década de 1980, o mundo olhava atônito para a competição que trazia desafios sem precedentes. O Rally Paris-Dakar foi mesmo uma grande novidade na época. 

Em 1982, a Honda conquistou sua primeira vitória na competição, na disputa entre motos. Naquele ano, dos 385 veículos inscritos, 129 eram motocicletas. E apenas 33 concluíram o Rally.

Foram cerca de 10 mil km de terrenos irregulares, muita lama, areia, encrenca e aventura. A equipe Honda contou com 4 pilotos franceses, sendo 3 terminando no top-10. O vencedor foi Cyril Neveu, Philippe Vassard ficou na 2ª colocação e Bernard Rigoni terminou no 7º lugar. Já Patrick Drobecq teve de abandonar a prova.

A moto vencedora e suas adaptações

O quarteto francês usou a Honda XR 500R no Rally Paris-Dakar, que precisou passar por adaptações para a competição.

Para ganhar mais potência, o motor monocilíndrico teve sua capacidade cúbica aumentada para 550 cc. Com isso, era preciso manter a temperatura do motor dentro de um limite aceitável, então foi instalado um radiador de óleo.

Outras mudanças também foram realizadas na moto. Nas suspensões, o curso foi levemente aumentado. E outras duas alterações acabaram sendo obrigatórias justamente por causa das longas etapas da competição e da falta de infraestrutura na África: a capacidade do tanque de combustível aumentou para 42 litros e a espuma no banco ganhou uma cama extra, para levar um pouco mais de conforto aos pilotos que encaravam mais de 12 horas de etapas diárias em quase 3 semanas do Rally Paris-Dakar.

Além disso, a moto campeã de 1982 se diferenciava da moto de série também no sistema de escape mais leve e na instalação de um farol suplementar.

Qualidade Honda

O Paris-Dakar 1982 mostrou toda a qualidade das motos Honda. Além dos primeiro e segundo lugar da XR 500R, cerca de 20% das motos inscritas na competição eram da Honda. E mais de 30% dos pilotos que terminaram a prova estavam com uma moto da montadora japonesa.

A conquista do 1º e 2º lugar no Paris-Dakar 1982 comprovou não apenas a excelente performance das XR 500R mas também uma confiabilidade superior por parte das Honda, que na largada representavam 20% do total das motos inscritas, enquanto na chegada, das “sobreviventes” mais de 30% eram Honda.

Se 1982 marcou a primeira vitória de uma moto Honda no Paris-Dakar, os outros anos só comprovaram a superioridade da marca. Por quatro anos consecutivos (1986 a 1989), por exemplo, a Honda NXR 750 foi a grande estrela, com quatro títulos. 

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